O amor é uma companhia. Já não sei andar só pelos caminhos, Porque já não posso andar só. Um pensamento visível faz-me andar mais depressa E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo. Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo. E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar. Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas. Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela. Todo eu sou qualquer força que me abandona. Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Arranca o couro cabeludo Arranca caspa, arranca tudo Deixa entrar sol nesse porão Em qualquer dia por acaso Desfaz-se o nó, rompe-se o vaso E surge a luz da inspiração Deixa seus anjos e demônios Tudo está mesmo é nos neurônios Num jeito interno de pressão Talvez se possa, como ajuda Ter uma amante manteúda Ou um animal de estimação.