segunda-feira, 30 de abril de 2007

AMOR.


Leve como leve pluma

Muito leve leve pousa

Muito leve leve pousa

Na simples e suave coisa

Suave coisa nenhuma

Suave coisa nenhuma

Sombra silêncio ou espuma

Nuvem azul que arrefece

Simples e suave coisa

Suave coisa nenhuma

Que em mim amadurece

sábado, 28 de abril de 2007

Nunca se adivinharia nela um anseio...


"Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se pode­ria contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma."

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O amor é tudo, o diabo quer chamego.


"O que ninguém me dá, eu pego e danço em cima
O que ninguém explica, o que ninguém revela
O que ninguém me disse, o que ninguém me dá
O que ninguém me ensina, o que ninguém me livra
O que ninguém me entrega, é certo, Deus dará..."

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Estrangeiro


E eu menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, te tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela?
Em que se passara passa passará o raro pesadelo
Que aqui começo a construir sempre buscando o belo e o amargo
É chegada a hora da reeducação de alguém
Do Pai do Filho do espirito Santo amém
O certo é louco tomar eletrochoque
O certo é saber que o certo é certo
A fêmea adulta branca sempre no comando
E o resto ao resto, o sexo é o corte, o sexo
Reconhecer o valor necessário do ato hipócrita
E eu, menos estrangeiro no lugar que no momento
Sigo mais sozinho caminhando contra o vento
E entendo o centro do que estão dizendo
E eu vou e amo o azul, o púrpura e o amarelo
E entre o meu ir e o do sol, um aro, um elo...

segunda-feira, 23 de abril de 2007

"Quem mais demora a prometer é mais fácil no cumprir."


"Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.
Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)
Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel
Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra."

domingo, 22 de abril de 2007

Poetas cortejando a branca luz...


"... Amando noites afora
Fazendo a cama sobre os jornais
Um pouco jogados fora
Um pouco sábios demais
Esparramados no mundo
Molhamos o mundo com delícias
As nossas peles retintas de notícias..."

sábado, 21 de abril de 2007

Quem sabe o que se dá em mim?


É que nem sempre o amor é tão azul. A música preenche sua falta, motivo dessa solidão sem fim. Se alinham pontos negros de nós dois e arriscam uma fuga contra o tempo. O tempo salta.

O tempo perdido, irremediável


"Mas a vida tem dessas coisas. Quando se dá conta, a felicidade já é irremediavelmente retrato na parede, cartinha na gaveta, passando.[...]
Caminhavam sem rumo, sem tempo, sem horizonte. E quando se voltavam, sentiam a nostalgia da vida perdida em poucos minutos."

Mas eu sei muito bem...


E não precisa dar muito tempo para se perceber "que nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha."

quinta-feira, 19 de abril de 2007


Simples, sem tempestades,
Sem trovoadas ou erupções.
Sereno, pacato, tranquilo, pleno.
Sem pretenções megalomaníacas ou egoístas.
Doação, partilha, entrega.
Sem sufoco, armadilhas, apenas algumas tentações.
Nada de febre, de neuroses, muito menos psicoses.
Passarás a vida sem um tropeço sequer...
Como um mar sem ondas, um espelho sem reflexo.
Assim não sofrerás nunca.
Não saberás o que são lágrimas, nem a dor.
Mas advirto: não saberás o que é ser feliz...

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Antes um mês e eu já não sei...




Não se afobe, não! Que nada é pra já. O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio, num fundo de armário, na posta-restante, milênios, milênios no ar
E quem sabe, então o Rio será alguma cidade submersa. Os escafandristas virão explorar sua casa, seu quarto, suas coisas, sua alma, desvãos
Sábios em vão tentarão decifrar o eco de antigas palavras, fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos, vestígios de estranha civilização.
Não se afobe, não! Que nada é pra já. Amores serão sempre amáveis. Futuros amantes, quiçá... Se amarão sem saber, com o amor que eu um dia deixei pra você.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Destruição


"Os amantes se amam cruelmente e com se amarem tanto não se vêem. Um se beija no outro, refletido. Dois amantes que são? Dois inimigos. Amantes são meninos estragados pelo mimo de amar: e não percebem quanto se pulverizam no enlaçar-se, e como o que era mundo volve a nada. Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma que os passeia de leve, assim a cobra se imprime na lembrança de seu trilho. E eles quedam mordidos para sempre. Deixaram de existir, mas o existido continua a doer eternamente."

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Parem o mundo que eu quero descer...


"A metade do seu olhar

Está chamando pra luta, aflita

E metade quer madrugar

Na bodeguita..."

sábado, 14 de abril de 2007

Sobra tanta falta.


"Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim."

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Usufruir


"Que pode uma criatura senão,entre outras criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar..."
?

Oh Lord!



"A gente nunca sabe nada sobre o outro. E aquele lá de cima, o Incognoscível, em que centésima carreira de pó cintilante sua bela narina se encontrava quando teve a idéia de criar criaturas e juntá-las? Oscar, traga os meus sais."

terça-feira, 10 de abril de 2007

Caro Amigo


"Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão"

"E por aí a gente pode ir, ao infinito"


"Tem vezes que a gente se pergunta, por que que não se junta tudo numa coisa só?"

segunda-feira, 9 de abril de 2007

O Universo ao meu redor


"É a conta menor que tiraste em vida...

É a parte que te cabe deste latifúndio."

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Pertubações.


"Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos."

Fake plastic doll



Doce garotinha. Gostava de suas bonecas, especilamente quando novas. Depois enjoava...

terça-feira, 3 de abril de 2007

ShowTime


Girls in tight dresses . Who drag with mustaches . Chicks drivin' fast . Ingenues with long lashes .Women who long, love, lust . Women who give . This is the way that we live .


Talking, laughing, loving, breathing, fighting, fucking, crying, drinking, riding, winning, losing, cheating, kissing, thinking, dreaming .


This is the way . It’s the way that we live . It’s the way that we live . And love .

This is the way that we Live and Love...


"O paradojal del deseo es que su objeto debe ser al miesmo tiempo conocido e desconocido. No se puede desear lo que se ignora..."

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Um clichê que me lembrei dia desses.


Quadrilha

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história."

Chuva torrencial:



"A chuva torrencial ocorre quando chove bastante num período curto de tempo sobre uma área pequena. Ocorre frequentemente durante épocas chuvosas e época de tufões e está limitado a áreas pequenas. Pessoas que moram próximos a montanhas, ao longo de rios e cones aluviais devem prestar atenção ao máximo com relação aos avisos."

Nunca estive realmente ali.


"Era uma menina doce, com lampejos de inocência. Sentia-se frágil, acometida por sentimentos de gelo, frios, inócuos, como se fossem de mármore. Assim via as pessoas, os que a rodeavam. Não pareciam ter o mesmo sangue e a mesma sinceridade que ela. Deslocada, talvez, como que se tivesse sido abduzida aos 20 anos, para uma dimensão onde tudo era de plástico e frívolo. Artificial. Perdia-se no tempo, nos sentimentos, nos desejos. Enfim, estava certa de que o que sempre sonhara não encontraria ali. Quando, resoluta, decidiu experimentar do plástico. Embutiu-se em uma carapaça que parecia ser viscosa e dura, características aparentemente opostas, entretanto,para aquele mundo,complementares.Assim permaneceu por 20 anos. Experimentou dos mais variados sentimentos, claro que com sua devida proteção. Sentia e não sentia, tudo ao mesmo tempo. Forjava. Enganava a si e a todos. E todos se enganavam..."