quarta-feira, 28 de março de 2007

Construção em Fragmentos.


Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a única

E atravessou a rua com seu passo tímido

Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado

Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado

E flutuou no ar como se fosse um pássaro

E se acabou no chão feito um pacote flácido

Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego


Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir

Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir

E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir, Deus lhe pague

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